Campeão de tenis, vencedor de Roland Garros, Michael Chang explica como descobriu a sua fé a través do seu avô.
Desde muito jovem Michael Chang foi muito falado nos anais do ténis. Aos 12 anos, ganhou o campeonato júnior dos Estados Unidos em terra batida e aos 15 anos alcançou outros dois títulos nacionais na categoria de menos de 18 anos.
Mas sua mais maior vitória foi aquela que ganhou, dois anos mais tarde, em Roland Garros, quando triunfou no Open de França em 1989. Foi o primeiro americano, desde 1955, e também o mais jovem a ganhar o « Grand Chelem ». Tinha apenas 17 anos e três meses. Figurou durante vários anos entre os cinco melhores jogadores na classificação mundial. Numa entrevista à televisão francesa disse: “Confio em Cristo para tudo na minha vida. Cada dia, oro e leio a Bíblia. “Depois de, em 1989, se ter tornado o mais jovem vencedor do Open de França em Roland Garros, declarou: “Agradeço ao Senhor Jesus Cristo, porque sem Ele não sou nada”.
Eis como se tornou cristão: “Tornei-me cristão em 1988, com a idade de 15 anos. Estava à procura e indagava-me sobre as coisas espirituais. Penso que é uma idade especial em que fazemos muitas perguntas sobre as coisas da vida. Eu tinha uma multidão de perguntas. Os meus avós deram-me uma Bíblia e queriam que a lesse cada dia. Numa noite em que não tinha nada de especial para fazer, decidi debruçar-me seriamente sobre a Bíblia para ver o que tinha para me dizer. Descobri que os assuntos tratados pela Bíblia relativos às relações de amizade e de amor em geral eram realmente puros, verdadeiros e, num certo sentido, eles correspondiam à forma como eu gostaria de conduzir a minha vida. Então comecei a ler a vida de Jesus e a compreender o seu amor por todos nós. Então aceitei-o como meu Senhor e Salvador”.
O seu website pessoal na internet acolhe-nos com este versículo de Filipenses 1.6: “Estou certo de que aquele que em vós começou boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo”.
O "filho da bruxa" volta-se para Jesus no dia em que ia suicidar-se. Depois da libertação dos poderes das trevas, a cura interior...
UM UNIVERSO OBSCURO
Durante toda a minha infância, vi a minha mãe a lançar nas cartas. Ela praticava o que a sua própria mãe lhe tinha ensinado. Eu chegava a sentar-me diante dela, esperando que me revelasse o meu futuro. Uma coisa ainda hoje me faz sorrir: a minha mãe, que era conhecida para ser “uma adivinhadora”, nunca previu que o seu filho seria um dia “pregador do Evangelho”. Os caminhos de DEUS não são os nossos caminhos. Isaías 55.8 A cartomancia já não era suficiente para ela; a minha mãe praticou também a quiromancia (leitura da vida passada, presente e futura através das linhas da mão), a radiestesia com um pêndulo, a adivinhação por visões. A partir de fotografias, exercia uma influência sobre a vida das pessoas. Nessa época eu era apenas um espectador fascinado por estas coisas. Estava desejoso de utilizar um dia esta “herança familiar”.
AMBIENTE FAMILIAR
A nossa família, o que era? Habitávamos em Sedan nas Ardenas (França). A cidade tinha sido atingida pelo desemprego desde há alguns anos. O meu irmão mais velho tinha más companhias. Drogava-se e bebia bebidas alcoólicas. Vivia numa inquietação interior profunda. Ficava muito violento. Um dia, em casa, queria lançar-se sobre um sabre. A ponta do sabre encravou na fivela de metal do seu cinto. Graças a isso a sua vida foi salva. Tínhamos escapado a um drama. O meu pai, que sempre tinha trabalhado, estava agora no desemprego, o que o humilhava profundamente. O ambiente familiar era muito tenso. A relação entre os meus pais deteriorava-se. Também, as relações entre o meu pai e o meu irmão se tornavam violentas. Financeiramente, estávamos à beira do abismo. Caminhávamos para uma ruptura familiar certa. Quanto a mim, entretinha-me num clube de artes marciais. Fazia competição de alto nível. Ao fim de semana, frequentava um grupo de jovens marginais de bairros sociais. O ódio e a amargura enchiam o meu coração. Começava a lutar regularmente nas ruas. Dava livre curso à minha violência. Aquando de uma competição, vários árbitros tiveram que me parar porque eu ia massacrar o meu adversário. Um torno parecia apertar-se ao meu redor. Frequentes ajustes de contas entre bandos rivais agitavam vários bairros. Um dia, a única maneira de escapar a um destes bandos foi refugiar-me num posto de polícia. Eu era campeão de karaté mas vivia permanentemente com medo. Trazia comigo armas brancas para me defender em caso de agressão.
GABINETE DE CONSULTAS E CLIENTELA!
Para poder ganhar mais algum dinheiro, a minha mãe decidiu abrir “um gabinete de consulta” de vidente. Rapidamente a sala de espera tornou-se demasiado pequena para acolher as esposas e os maridos enganados, os doentes condenados e os desesperados. Vinham também indivíduos à procura de uma lançadora de feitiços. Os clientes eram homens e mulheres de qualquer categoria social, prontos a dar tudo para receber “uma dose de encantamento ". A clientela dividia-se em três categorias: os que tinham sede de sensacionalismo, os que tinham medo do futuro, os que eram doentes e que esperavam a cura por meio de passes magnéticos.
O ESPIRITISMO
Certa vez, convidada por uma cartomante, a minha mãe foi a um seminário sobre espiritismo. Queria acrescentar mais uma ferramenta ao seu arsenal. Em casa, eu esperava o seu regresso com impaciência. Queria saber se a minha mãe seria competente nessa prática. Quando voltou, perguntei-lhe: “Então aquilo funciona?” A resposta foi afirmativa. Faltava apenas passar à prática. O espiritismo, por definição, é a crença na possibilidade de uma comunicação entre os vivos e os espíritos dos defuntos. No início, acreditamos nisso. Pensávamos falar com os nossos queridos já defuntos da nossa família. Congratulávamo-nos também por entrar em contacto com personalidades que tinham marcado a História da Humanidade. Considerávamos aquilo como um privilégio. Um das minhas tias tinha-se juntado a nós. Procurava entrar em contacto com o seu marido falecido num acidente de automóvel, quando era jovem. O seu filho também se juntou a nós. Eu estava seduzido. Queria compreender, saber… Podíamos interrogar o mundo invisível, o além. PARAPSICOLOGIA
Ia finalmente compreender o sentido da vida! ERA SENSACIONAL! O ocultismo tornava-se uma paixão. Comecei a ler livros sobre este assunto, para fazer de aprendiz de feiticeiro. Tornava-me adepto da levitação e da parapsicologia, a influência do espírito sobre a matéria. Fazia girar folhas de papel no espaço e treinava-me a deslocar e torcer colheres. Quando fazia competições de karaté, na hora dos grandes encontros, invocava sobre o terreno de combate os espíritos para assim ter a vitória. Quanto ao meu irmão, tinha-se tornado mais sábio. Estava envolvido numa pesquisa espiritual e procurava a verdade junto de várias religiões e seitas. Insatisfeito com as suas investigações, para encontrar a verdade, adquiriu uma Bíblia. Lendo-a, descobriu que a BÍBLIA, a PALAVRA de DEUS, denunciava práticas como espiritismo. Opôs-se com veemência às nossas actividades. Pensávamos que ele estava em plena crise mística. Para nós, era apenas mais uma crise. Anunciou-nos que não voltaria mais a casa enquanto continuássemos com estas práticas. O OUTRO LADO DO CENÁRIO
Os nossos negócios correram bem durante alguns meses. Mas as coisas começaram a deteriorar-se. Fenómenos inexplicáveis começaram a produzir-se progressivamente em nós, mergulhando-nos no outro lado do cenário. Quanto a mim, era dominado por fortes angústias, as luzes apagavam-se e acendiam-se na minha presença. Ouviam-se barulhos nas paredes e a temperatura da casa baixava anormalmente. À noite, era vítima de contactos. Uma noite, senti que fui agarrado e levantado vários centímetros acima a minha cama, em levitação. O medo habitava dentro de mim. Sentia que tinha perturbações do comportamento. Tinha o sentimento de um verdadeiro desdobramento de personalidade. Tinha medo do escuro e, durante vários meses, dormi com a luz acesa. Já não conseguia mais estar sozinho. Quando estava na rua, tinha que voltar para casa correndo porque tinha a impressão de ser perseguido. IMPOTÊNCIA
Estava só com a minha psicose! Vários meses, sofri, em silêncio, vivendo num verdadeiro inferno. Não contava nada aos meus pais. Debatia-me sozinho. Tinha pensado consultar um psiquiatra mas tinha medo de ser internado e cheio de medicamentos. Não queria ficar prisioneiro numa instituição. O meu sofrimento não era de origem física. Era um sofrimento de origem espiritual, e eu sabia isso. Necessitava por isso de um remédio “espiritual”. Quiz encontrar socorro na nossa religião mas o sacerdote que nos visitava não era contra o espiritismo. De resto, praticava-o tal como nós!
PERDA DE CONTROLO
Por vezes, a mesa da sala já não estava sob o nosso controlo. Mesmo a pesada mesa de cozinha se movia durante as sessões. Mas um dia tudo abanou, provocando em mim um verdadeiro susto. A minha irmã mais pequena tinha seis anos. Sabia lançar as cartas e crescia neste meio espírita. Os poderes aumentavam em cada uma das crianças da família! Para brincar, manipulava a mesinha de pé-de-galo e tentava imitar-nos. Naquele dia, eu estava na sala de jantar, pensativo, e o meu olhar focou-se maquinalmente sobre a minha irmã que brincava com a mesinha de pé-de-galo. Colocando a extremidade do seu dedo no centro da mesa ela disse-me: “olha”. De repente a mesinha de pé-de-galo começou a mover-se e a andar, desafiando as leis da natureza! Dei um urro, chamando a minha mãe para vir ver. Como eu era muito grosseiro nessa época, utilizei um vocabulário muito grosseiro e vulgar para insultar “os poderes das trevas " que se manifestavam.
CONTRADIÇÕES E CONVICÇÃO
Desde há algum tempo, estava mais e mais convencido de que não eram os mortos que nos falavam mas sim demónios, poderes maléficos. Progressivamente ao longo das sessões, a linguagem dos espíritos tinha-se tornado muito suja e ordinária e aquilo já não correspondia à linguagem dos defuntos da nossa família! Tinha notado numerosas contradições nas suas declarações bem como uma certa confusão. Interrogava-me como é que Napoleão podia falar ao mesmo tempo em vários lugares simultaneamente? Como podia ele ser omnipresente? Sentia que estávamos a ser manipulados. Mais tarde, quando me tornei cristão, descobri, através do ensino bíblico, que o diabo se tornou mestre na arte do disfarce e que é o pai da mentira. O próprio JESUS, na parábola do rico mau e do pobre Lázaro, ensina que há “um abismo entre os mortos e os vivos " e que este abismo é intransponível! Portanto, não entrávamos em contacto com defuntos mas com demónios! Vendo a minha irmã mais nova a seguir no mesmo caminho que eu, fui como que “iluminado”. Fiquei convencido que os poderes ocultos eram impiedosos a nosso respeito. O seu único objectivo era a destruição da nossa família.
A AGRESSÃO
À noite, a minha irmã mais nova tinha visões mórbidas de cemitérios e de túmulos. Via pessoas em redor da sua cama. Os seus gritos acordavam-nos. Parecia estar em movimento um processo de destruição e nada podíamos fazer para o deter. Já não controlávamos mais nada! O cão uivava à morte durante as sessões de espiritismo. Também estava a ser atormentado! Eu deixava gradualmente o mundo racional e fechava-me num universo paranormal. Um dia, insultando os poderes das trevas, vivi uma experiência horrível, ao ser atacado pelo “mundo dos espíritos”. Algo indefinível entrou na minha boca e queimou as minhas entranhas. Tudo o que pude fazer foi calar-me, horrorizado. Fiquei chocado e silencioso durante vários dias. A minha mãe não sabia o que pensar! Todos os fenómenos convergiam sobre a minha pessoa. Era inexplicável. Em cada sessão de adivinhação, a minha mãe pedia a Deus que a iluminasse.
“DIA D”
Houve um dia “D" no mês de Fevereiro de 1985. Às seis horas da manhã, após uma noite de insónia, ouvi uma voz no meu espírito que me disse: “Está na hora, levanta-te, abre a janela, atira-te dela abaixo e morre jovem! “A morte como solução para o meu tormento, ainda não tinha pensado nisso. Era formidável: morrer, era finalmente dormir, dormir para sempre! Era o repouso, a paz. Viver, para mim, era sofrer, era o inferno! IA SUICIDAR-ME! Levantei-me e fui à janela do meu quarto. Olhei para o betão vários metros mais abaixo. Via a morte, esta libertação que esperava.
O TRABALHO DE DEUS NA MINHA CONSCIÊNCIA
Pronto para passar ao acto, enquanto abria a janela, HOUVE COMO QUE UM IMPULSO DE SOBREVIVÊNCIA NA MINHA CONSCIÊNCIA! Como podia eu estar certo de que a morte seria uma libertação? De repente, ela parecia-me como uma desconhecida. Um pensamento impôs-se no meu espírito: “Vives num inferno, mas se transpuseres o limiar da morte, como podes ter a certeza de que não vais levar este inferno contigo? Não estarás tu a ir para o inferno? “.
A PRIMEIRA ORAÇÃO
Fechei violentamente a janela e caí de joelhos, em transes, gritando de todo o meu coração a Deus! Disse-lhe: “Deus, não sei quem és, eu não sei se és Buda, Maomé ou Jesus Cristo, mas dirijo-me a TI que criaste o céu e a terra. Se existes, SALVA-ME, SUPLICO-TE! Os meus pais ao ouvir todo aquele barulho vieram ao meu quarto. Descobriram-me em transes e lágrimas. Não sabiam o que fazer. Via o meu pai desarmado e a minha mãe impotente. Disse à minha mãe que ia procurar um apartamento porque a nossa casa estava assombrada. Estava psiquicamente esgotado! Desde há vários meses, que não conseguia dormir.
A HORA H
Fugi de casa e vagueei nas ruas da cidade. Era um sábado de manhã. Os comerciantes instalavam as suas bancas na praça do mercado semanal. Pelas nove horas, cruzei-me com um grupo de jovens. Estavam a distribuir folhetos sobre “a fé cristã ", com um convite gratuito para vir ouvir o Evangelho. Amarrotei imediatamente o folheto. Espiritualidade, já tinha bastante. Propunham-me “coisas do bom deus”: era mais do mesmo! Continuava a andar, reconsiderando o suicídio falhado e a situação da minha família. Estava desesperado. Meia hora mais tarde, o mesmo grupo de jovens cristãos estava de novo diante de mim. Mudei de passeio rapidamente! Meia hora depois, enquanto continuava nos meus pensamentos e sem solução, uma pessoa estendeu-me um prospecto. Era um membro do grupo de jovens que me dava o último folheto. Aceitei-o rapidamente, não queria falar. Tinha medo das seitas. Depois de ter andado uns quarenta metros, algo se passou em mim: DEUS TRABALHOU NO MEU CORAÇÃO! A oração que tinha enviado aos céus nessa manhã às seis horas, acabava de voltar ao meu espírito como um boomerang. Tinha uma convicção profunda: DEUS TINHA MARCADO UM ENCONTRO COMIGO! Fiz meia-volta, dirigi-me ao cristão e despejei-lhe o meu curriculum vitae. “Bom-dia, chamo-me Franck Alexandre, a minha mãe é cartomante, espírita, radiestesista, etc. Chamam-me o filho da bruxa. A minha casa está assombrada da cave ao sótão. Estou cercado de “presenças”, sou vítima de contactos, ouço vozes. A relação entre o meu pai e a minha mãe é tensa. A minha irmã mais nova tem visões à noite e dá urros! Sou cinturão negro de karaté, faço combates nas festas e nas feiras… TEM UMA SOLUÇÃO PARA MIM?” Levava sapatilhas e t-shirt, com um blusão preto e armas brancas à vista. Pensava que me ia dizer “NÃO” mas para minha grande surpresa, ele disse “SIM, há uma solução.” Sacou da SUA BÍBLIA e, primeira vez da minha vida, eu ia ser posto K.O, atingido em cheio no coração pela AUTORIDADE DA PALAVRA de DEUS! Ele leu-me um texto cuja referência ficou gravada para sempre na minha memória: “Entre ti se não achará quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador de encantamentos, nem quem consulte um espírito adivinhante, nem mágico, nem quem consulte os mortos, POIS TODO AQUELE QUE FAZ TAL COISA É ABOMINAÇÃO AO SENHOR ". A Palavra de Deus, a Bíblia, tinha acabado de iluminar o meu coração. Fiquei convencido do meu pecado. Compreendi que estava debaixo de uma maldição devido às práticas familiares. Eram uma abominação para Deus. Perguntei como me podia desembaraçar de tais coisas. Disse-me que só um encontro pessoal com Jesus Cristo podia fazê-lo. Fui então a um encontro de evangelização. Nessa noite era “UM ENCONTRO DE PODER”. O Pregador falava sobre o EVANGELHO de JESUS CRISTO e eu fiquei transtornado. Só Jesus Cristo podia perdoar os meus pecados e fazer-me participar da sua natureza divina. Ele estava vivo e ressuscitado! Fui tomado de tremuras. Sabia que o Evangelho era a resposta às minhas perguntas, o remédio para o meu sofrimento. O Pastor veio ter comigo no fim da reunião. Tinha compreendido o meu problema. Propôs-me orar por mim. Eu disse-lhe: “Quero que ore por mim porque Aquele que está em si é maior do que o que está em mim! “
VIAGEM AO “NIAGARA” CELESTIAL!
Numa sala ao lado, os pastores oraram por mim e conduziram-me ao arrependimento. Convidavam-me A PEDIR PERDÃO A DEUS pelos meus pecados e pela prática do ocultismo. Eu tomava consciência de ter pecado praticando as ciências ocultas mas, sobretudo, tomava consciência que eu era pecador por natureza. Convidaram-me A ACEITAR JESUS COMO SALVADOR E SENHOR. Com a minha boca reconheci Jesus Cristo como o meu Salvador e o AMOR DE DEUS PREENCHEU A MINHA VIDA. Experimentava uma presença que nunca tinha conhecido, a de Jesus Cristo no meu coração. Sabia que me tinha tornado CRISTÃO, que tinha sido perdoado, que tinha a Vida Eterna e que era uma nova criatura! Estava enfim livre, sentia-me leve, toneladas de fardos acabavam de ser retiradas dos meus ombros!
O REGRESSO A CASA
Supliquei ao pastor que me permitisse dormir na igreja. Em minha casa, era “o inferno”. Então o pastor encorajou-me e disse-me que fosse dizer à minha família o que Jesus acabava de fazer por mim. Assim, citou-me 1 João 4.4: “Maior é o que está nós (Jesus Cristo) do que o que está no mundo". Então parti correndo, fortalecido. Saltava na rua, passando por cima dos caixotes do lixo!
EFICÁCIA DO “NOME DE JESUS”
Entrei de rompante no gabinete de consulta da minha mãe gritando: “Mamã, encontrei Jesus, estou livre, cometemos um pecado de abominação e estamos debaixo de uma maldição. Mas Jesus perdoou-me, tens que te converter também!” Tinha pouco jeito e apresentei o Evangelho à minha maneira, com aspereza, como um bruto que era! A minha mãe, surpreendida, pediu-me explicações pois eu tinha interrompido uma sessão. Ela estava a fazer girar copos com uma lançadora de feitiços. Quando a mulher ouviu o nome de Jesus, aquilo desagradou-lhe muito. Fixou-me nos olhos para me lançar um feitiço! Senti-me muito mal, o meu espírito vacilou e tive que me apoiar contra uma parede. Lembrei-me da maneira como os pastores lidaram comigo. Quando oraram por mim, tinham ordenado aos poderes das trevas que deixassem a minha vida “em nome de Jesus”. Então fiz como eles. Ordenei a esta mulher que saísse da casa “em nome de Jesus ". Em cólera, ofuscada, levantou-se e partiu de repente! A minha mãe tentava perceber o que se passava. Contei-lhe então como tinha descoberto o Evangelho, que todas as nossas desgraças vinham do facto de praticarmos o ocultismo e que vivíamos sem o Salvador. Disse-lhe: “Em todo caso, vais conhecer estes pastores porque os convidei a vir cá a casa. Vão chegar para explicar tudo ". Ela já não reconhecia o filho que tinha saído de casa umas horas antes, em completa depressão!
O MEU IRMÃO
Enquanto discutíamos ainda, pensei no meu irmão que, por seu turno, lia a Bíblia e procurava Deus. Era necessário compartilhar com ele esta Boa Notícia. Fui, correndo, a sua casa. Após alguns metros, vi-o a dirigir-se acelerado para a nossa casa. Encontramo-nos e expliquei-lhe o que nos estava a acontecer. Há muito tempo que ele não vinha a casa. Orava por nós regularmente e tinha-se sentido impelido a voltar para nós. De lágrimas nos olhos, voltamos juntos para casa! Houve uma espécie de conselho de família por ocasião da visita dos pastores. Para que pudéssemos receber uma libertação total, o Evangelho foi-nos ensinado de maneira mais precisa.
PARA UMA LIBERTAÇÃO TOTAL
Era necessário que nos convertêssemos, quer dizer que voltássemos as costas aos nossos pecados e que recebêssemos pela fé, o perdão em Jesus Cristo. Era necessário colocar a nossa fé na eficácia do sangue de Jesus. Somente Ele era capaz de nos purificar de qualquer pecado. Aceitamos Jesus como Salvador e Senhor. Pela confissão dos nossos pecados, houve então uma separação interior. Não queríamos dar a Satanás nenhum acesso às nossas almas. A Bíblia ensina: “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça". (1 João 1.9). Com arrependimento, quebramos, os pactos, contratos e juramentos que consciente ou inconscientemente tivéssemos feito com o mundo das trevas. Como tínhamos tomado a firme decisão de pôr em prática a Palavra de Deus, o pastor orou pela minha mãe que foi liberta do espírito de adivinhação que a atormentava. Consagramo-nos a Deus, colocando a nossa confiança na autoridade das Santas Escritas. Uma separação exterior também era indispensável. Destruímos todos os objectos do ocultos. Renunciamos à nossa maneira de pensar, agir e falar de acordo com o mundo oculto. Era uma grande limpeza! A aurora de uma vida nova!
ATOS 19.18-20
Não me tinha tornado cristão “por um golpe de varinha mágica". A confissão dos pecados foi primordial mas tive que pôr a minha vida em harmonia com as exigências da Palavra de Deus! Fiz isso por amor a Deus e com alegria, porque descobri que DEUS ME AMAVA tanto que tinha dado o seu filho Jesus Cristo por mim sobre uma cruz. Decidi crescer em santidade e pureza e aplicar a Palavra de Deus na minha vida. Após a libertação dos poderes das trevas, pude experimentar os benefícios da cura interior. Aprendi a pôr a minha fé nas promessas e ensinos da Palavra de Deus! Não somente me tornei um cristão mas também um discípulo através de uma vida de consagração e de obediência diária. Doravante, vivo na Sua graça dia após dia porque Ele prometeu estar comigo até ao fim do Mundo e para a Eternidade no seu Reino! Toda a minha família se converteu a Jesus Cristo. As nossas relações familiares foram restauradas. Hoje, o Senhor permite-me estar à escuta daqueles que conhecem os tormentos do ocultismo. Conduzo-os pela graça de Deus na Fé do Filho de Deus e experimentam eles também a libertação, a salvação e a cura. Posso afirmar àquele que está preso na armadilha do ocultismo: “Se alguém está Cristo, nova criatura é! As coisas velhas já passaram, eis que tudo se fez novo".
Do vício da drogas e dos maus tratos físicos e psicológicos de uma família desfeita, Maria Lourenço explica como se converteu a Jesus e recebeu uma nova vida e uma família espectacular...
Do vício da droga para uma vida plena
Meu nome é Maria Lourenço, tenho 38 anos, sou casada, mãe da Diana de 17 e do Diogo de 14 anos. Posso dizer, sem correr o risco de cair em exageros ou em frases feitas, que a minha vida é do melhor que há. Tenho uma família espectacular, tenho muitos e bons amigos e gosto imenso do trabalho que faço e principalmente, onde o faço e ainda sou membro de uma Igreja especial, que me acolheu a mim e à minha família de braços abertos.
A minha vida nem sempre foi assim, tão gostosa. Em 2002, eu era toxicodependente e encontrava-me à beira do fim. Estava naquele ponto em que não acreditava num futuro que não fosse morrer e que antes de morrer, ainda tinha que sofrer muito. Este pensamento era fruto do meu estilo de vida, da maneira como eu passava os dias, sempre na ânsia de arranjar droga para não ter que passar pelas dores da abstinência, sujeitando-me a quase tudo para que isso não acontecesse. Nem sempre conseguia evitar a ressaca, as coisas corriam mal, às vezes porque a qualidade da droga era péssima ou simplesmente não chegava sequer a ser droga, outras vezes a ressaca chegava sem eu ter tido oportunidade de arranjar o dinheiro para comprá-la. O vício da droga corrompe a alma, destrói os sentimentos e arruína os relacionamentos e fisicamente é das experiências mais dolorosas que se possa ter. E assim se passaram anos, com a rotina instalada, rua-droga-droga-rua. Com a minha família a viver de perto a minha realidade, também eles experimentaram várias formas de desespero e claro, depois de algumas tentativas de saída e consequentes recaídas, já acreditavam que não havia cura possível para mim.
Os meus pais sofreram muito, pois além do meu vício, tinha ainda outro problema muito grave: estava envolvida num relacionamento doentio, sofria maus tratos físicos e psicológicos e algumas situações foram mesmo muito más. A minha filha, desde que nasceu, também passou por coisas que nenhuma criança deve viver. Com a droga e a família desfeita, o que eu esperava e desejava mesmo era que a morte chegasse depressa e assim me libertasse de vez de tanta dor.
Foi neste estado de espírito que conheci a Equipe de Rua da ABLA. Eles começaram a aparecer com a auto-caravana no local que eu frequentava, antro de drogados e traficantes, prostitutas, chulos e clientes. No início, não lhes dava muita confiança, nem sequer ia ter com eles, mas a pouco e pouco a atitude deles para comigo e para com todos os outros despertou a minha curiosidade. Eram diferentes de tudo aquilo que eu já conhecera. Eu conhecia muita gente que vivia em comunidades, aparentando estarem curados e longe dos consumos. Eles iam para as ruas tentar convencer outros a irem também para lá. Nunca me inspiraram confiança, afastava-me deles o mais rápido que podia. Achava-os ainda mais hipócritas que eu. Pelo menos eu não escondia a minha condição, eles falavam uma coisa e viviam outra. Com a Equipe de Rua, tudo era diferente. Quando falavam comigo, sem papas na língua ou grandes discursos, podia sentir que eram honestos. Cada vez que falavam comigo era mais óbvio que acreditavam naquilo que diziam. Falavam que eu não merecia estar naquele sítio, sofrendo e sofrendo. Diziam que eu merecia uma vida digna. Basicamente, o que me diziam era que nem tudo estava perdido, que ainda havia esperança, para mim e para a minha família.
Eu sei que o que me levou a aceitar a ajuda que me ofereciam não foi só o peso destas afirmações. Foi também terem dito que acreditavam em Deus, e darem-me a chance de conhecer um pouco deste Deus. Podia sentir a Voz da Verdade quando compartilhavam comigo sobre Deus. Quando o Vítor falava comigo da sua vida actual comparada com o que ela era quando consumia, eu ficava realmente impressionada. E todos eles me garantirem que era este Deus que estava interessado em mim, era simplesmente espantoso. E só porque me garantiram que Deus iria estar comigo neste desafio é que eu aceitei ir em frente. Com eles iniciei o processo de entrada na Comunidade Terapêutica do Desafio Jovem, e comecei a ir às reuniões do Café Convívio. Conheci mais pessoas com o mesmo discurso e estilo de vida, algumas com um passado de consumos mas também havia quem não tinha sequer passado por perto das drogas.
Entrei na Comunidade Terapêutica Feminina do Desafio Jovem em Julho de 2002, e ali me converti a Jesus. Desde aí, Deus tem tido um trato para comigo da maneira que só Ele pode, firme sem ser abusivo, amoroso sem ser negligente. E fiel, sempre fiel. Comigo, só poderia funcionar assim. Deus sabe perfeitamente como tem que tratar individualmente com cada um de nós. Durante os meses de Programa no Centro, vivi um tempo de aprendizagem, aprendi mais sobre mim mesma do que em 32 anos de vida! E quanto mais aprendia de mim, mais aprendia de Deus...
Este processo foi como que um escavar bem dentro de mim, lá bem no fundo, onde as mágoas ficam enterradas e as raízes de amargura encontram solo fértil. Reviver experiências muito dolorosas e dar-lhes a importância que merecem ao invés de abafá-las, foi do melhor que me aconteceu. Com isso percebi que tinha tido toda a legitimidade para ficar ferida. Percebi também que em muitas ocasiões, tinha usado essas feridas como desculpa para ferir outros e tinha tido também algo com que me desculpar para fazer todas as parvoíces que me davam jeito!
Entretanto, Deus ia abrindo portas que eu nem sonhava existir. No mesmo dia em que acabei o programa, em Setembro de 2003, vim trabalhar e viver para a ABLA. Outro milagre de Deus: um emprego, local para morar e a possibilidade de trazer a minha filha para viver comigo! Esta foi uma demonstração do poder de Deus enorme, enorme, já que nesta época andava muito ansiosa, não sabia como é que iria resolver estes três problemas: arranjar um emprego, encontrar um cantinho para morar e então ter a estabilidade para ter a minha filha comigo. E de repente, Deus deu-me a solução logo para os três problemas de uma só vez! Foi mesmo algo espectacular.
Neste tempo em que vivi sozinha com a minha filha, comecei com ela um caminho de restauração, que continua até hoje. Com a ajuda de Deus, tem corrido bem. Tenho agora com ela um verdadeiro relacionamento de mãe e filha. Para isso também tenho contado com a ajuda preciosa de outra pessoa: o meu marido. Conheci o Fernando no Café Convívio, já eu estava a cooperar numa das mesas quando ele chegou para ser também cooperador. Também ele foi toxicodependente e as conversas entre nós passavam por trocas de experiências sobre os nossos passados, pela forma como Deus nos alcançou e a diferença que fez nas nossas famílias. Falávamos muito dos nossos sonhos: servir a Deus, constituir família... Ele também tinha já um filho, o Diogo. Em 2004, o Fernando veio também trabalhar para a ABLA, na Equipe de Rua. Em 2005 casávamos. Eu e o Fernando constituímos a família com que ambos sempre sonhámos. Temos passado por muitas dificuldades, os nossos filhos levaram tempo a se deixarem reconquistar. Tivemos que dar muitas provas em como podiam voltar a confiar em nós. A verdade é que foi complicado, a Diana estava a aprender a viver comigo e de repente parecia que ia ter que me dividir outra vez com alguém! E com o Diogo passava-se o mesmo. Tivemos um trabalho a dobrar: reconquistar os nossos próprios filhos e conquistar o filho do outro!
Mas Deus tem sido muito, muito bom, Ele prometeu que estaria comigo neste desafio e assim tem sido. E quando se vive os sonhos de Deus, as dificuldades não conseguem ofuscar nunca as Bênçãos de Deus.
Quanto ao meu passado, às minhas experiências com drogas e maus relacionamentos, com tudo de mau que isso trouxe. Deus tem feito grandes reciclagens. Tive oportunidade de fazer parte da Equipe de Rua. Muitas vezes parecia-me impossível estar dentro da auto-caravana numa condição tão diferente daquela em que me encontrava quando lá entrei pela 1a vez. Completamente o oposto. No primeiro dia que com a Equipe cheguei ao local onde costumava passar os meus dias como toxicodependente, chorei de pura gratidão.
Pude falar com muitos ex-companheiros meus da má vida, dar-lhes a eles o que me tinham dado a mim; palavras de ânimo, de encorajamento. Quando se vive nestas condições, é super importante ter gente que nos diga palavras de ânimo: a maior parte do tempo o que ouvimos e o que vivemos diz-nos o contrário, que não vamos chegar a lado nenhum, não há salvação, não há escape. Compartilhei de Deus, de como graças a Ele, eu estava tão diferente. Foi uma boa experiência, até porque para mim, foi como que interiorizar que além de parecer diferente, eu estava realmente diferente. Não era à toa que eu conseguia estar no meio ambiente dos drogados, vê-los a consumir mesmo à minha frente, sentir os mesmos cheiros, ouvir as mesmas conversas e sair de lá aliviada e dando graças a Deus por não ter mais nada a ver com aquele mundo e ter a certeza de que, dependendo de Deus, eu nunca mais voltaria àquela condição.
Coisas espantosas têm acontecido, que só confirmam aquele versículo que diz: "Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias..." Que não se possa jamais acreditar que " aquele que nasce drogado, morre drogado." Um outro versículo que me acompanha desde os tempos em que ia às reuniões no Café Convívio e que me foi dado pela minha Conselheira de Mesa, a minha querida Miriam, diz assim:
" Pois eu bem sei os planos que fiz a teu respeito, planos de bem e não de mal para te dar um futuro e uma esperança." Jeremias 29:11
Dos tempos da sua infância e da memória da coragem dos trapezitas "José Manuel" explica como foi libertado da prisão por tráfico de droga e transformado num homem novo...
Aprendendo a Confiar em Deus
Ontem, ao meditar sobre confiança, não pude deixar de relembrar os meus tempos de criança quando, por gentileza de uma amiga da minha avó, ia com os meus irmãos assistir ao espectáculo exuberante das companhias de circo que, por altura do Natal, se deslocavam ao "Coliseu dos Recreios" em Lisboa.
Entre todos os "números" que compunham o espectáculo, a minha atenção concentrava-se sobretudo na participação dos acrobatas, que me deliciavam com a sua incrível confiança no trabalho entre si, alguns dos quais, tal como o apresentador não se cansava de anunciar, não usavam sequer rede de protecção. E isso era verdade, pois lá estava eu para o comprovar.
Aquela coragem e capacidade de confiar nos outros ficou gravada na minha memória por muito tempo.
Contudo, com o meu crescimento e as circunstâncias da própria vida, comecei a perceber que a confiança entre os humanos é limitada e, por vezes, objecto das piores desilusões e traições.
E, infelizmente, a minha vida tornou-se mesmo um "palco privilegiado" para muitas "cenas" de "desconfiança", inclusive na justiça dos homens... Claro está por minha exclusiva culpa!
Mas, tudo isso mudou desde há algum tempo! Vou agora, sucintamente, contar aquilo que me levou a crer que podemos confiar em ALGUÉM!
Estava já preso há quase sete anos e faltavam "meros" cinco meses para ser posto em liberdade incondicional, ou seja, sem quaisquer condições ou obrigações.
Contudo, num ápice, dei cabo de tudo ao ser "alvo" daquilo que, mesmo hoje, considero ter sido uma ''armadilha", na qual caí como um "patinho"... Com efeito, "lá dentro", fui "apanhado" na posse de cerca de 60 g de haxixe. Como resultado, foram instaurados dois processos, um interno, pelo qual fiquei sem as "regalias" que beneficiava e, o outro, judicial, bem mais grave, uma vez que, acusado de "tráfico de droga", no interior de uma prisão, "arriscava" uma pena de prisão que, nos seus limites, mínimo e máximo, ia dos 5 aos 15 anos de prisão... Isto, para quem já "levava" sete anos seguidos e, no "cômputo geral" mais de vinte, era como que uma "sentença perpétua"...
Foram dias e dias muito confusos e difíceis.
Foi, por essa altura, que os visitadores do "Desafio Jovem", a quem já conhecia há anos, chegaram até mim, que estava "isolado" do resto dos presos. Um deles, "furando" inclusive algumas normas, disse-me então: "Não desanimes, há Alguém que não te vai abandonar! Confia!" Foram essas palavras encorajadoras que começaram a "amolecer" o meu coração endurecido.
Depois de muita luta e expectativa, consegui sair em liberdade na data prevista. E, por incrível que pareça, ainda consumi drogas durante um certo período. Tive, então, o privilégio de ter "à minha perna", sem descanso (!) aqueles mesmos visitadores que nunca me abandonaram, pareciam umas autênticas "lapas"...
Cerca de um mês mais tarde, entrei para o programa do "Desafio Jovem" mas, sobre mim, pairava a "espada de Dâmocles", porquanto o julgamento daquele processo estava marcado para três semanas mais tarde.
Entretanto, comecei a entregar-me, quantas vezes cheio de dúvidas, ao cuidado de Deus, ouvindo a Sua Palavra, pedindo a Sua protecção. Todos os que me rodeavam diziam-me, cheios de uma convicção e fé que eu estranhava, "Confia em Deus! Só Ele está no controlo da situação"...
Na véspera do julgamento, recebi a comunicação do seu adiamento para dali a três meses. Quando essa nova data chegou, voltei a receber outra: mais quatro meses... E, mais tarde, ainda outra, para dali a três meses.
Isto é: quando por fim fui julgado, já decorrera quase um ano e, acima de tudo, eu tinha aceitado Jesus como Senhor e Salvador!
Sabem qual foi o resultado do julgamento?
Pela primeira vez, no meu "currículo judicial", fui condenado a uma pena suspensa, ou seja, sem prisão efectiva e apenas com apresentações e, vejam lá, a "obrigação" (!) de acabar o programa do "Desafio Jovem".
A confiança no Senhor Deus, que me foi transmitida repetidamente por todos aqueles que conheci, transformou a minha vida, não pelo simples facto, embora não depreciado, do resultado judicial ter sido contrário a toda a lógica humana, mas, acima de tudo, porque compreendi e interiorizei o que ocorreu há mais de dois mil anos naquela cruz.
E, hoje, sou indubitavelmente um homem novo, transformado pelo Amor de Cristo Nosso Senhor!
Cristão por tradição, Edmilson de Moraes descobre a verdadeira fé graças a um jogador de futebol.
Vencedor da taça do mundo com o Brasil e triplo vencedor da Primeira Liga em França com o l’Olympique Lyonnais, este talentoso jogador de futebol revela-nos a profundidade da sua fé em Jesus Cristo.
Nasci numa família cristã praticante e, por tradição, ia frequentemente à igreja. Mas tinha sempre um vazio dentro de mim. Sempre gostei de futebol desde a minha infância. Passava os meus dias a jogar futebol, na escola ou na rua.
Com a idade de 11 anos, comecei a trabalhar com os meus pais, na quinta e, com esta idade, passei por uma experiência desagradável: Comecei a beber; nos fins-de-semana, saía com os meus amigos e voltava para casa, já de noite, muito tarde, completamente embriagado. Era muito triste para mim e para os meus pais. Nesse ano, o meu irmão mais velho foi para o exército onde tentou singrar numa carreira desportiva profissional, através do exército. Contudo não teve qualquer êxito. No ano seguinte, retomou o seu trabalho e foi então a minha vez de tentar uma carreira desportiva profissional.
Em 1991, o meu irmão pôs-me em contacto com um pequeno clube regional. Quando integrei a equipa, ela estava na primeira divisão mas, no mesmo ano do contrato, a equipa foi desclassificada para a segunda divisão. O clube atravessou então um período muito difícil. Passei também por todas essas dificuldades. Era o fim dos meus sonhos e pensava já em abandonar a minha carreira dado que os meus pais não tinham recursos para me ajudar.
Passaram-se dois anos. Em 1993, conheci um jogador (Edson) que me convidava com insistência para participar em reuniões organizadas “pelos Atletas para Cristo” formadas por desportistas cristãos. Estas reuniões tinham lugar no estádio do clube. Eu desculpava-me dizendo que tinha já a minha religião mas, ao mesmo tempo, tinha curiosidade de saber o que se passava nessas reuniões.
A situação do clube continuava bastante difícil e este rapaz convidou-me, mais uma vez, para uma destas reuniões. Acabei por aceitar mas, nesse dia, fiz orelha surda! Noutra noite, estávamos todos no centro de formação do clube. O Edson falava de Jesus a um grupo de jogadores, enquanto outro grupo ao lado jogava às cartas. Eu, juntei-me ao grupo que jogava às cartas mas ouvia tudo o que o Edson dizia ao outro grupo. Após alguns momentos, sem me dar conta, estava no grupo que falava da Bíblia. Desta vez, com um coração sedento, ouvia atentamente falar deste Deus que podia mudar todas as situações.
Pouco tempo depois, voltei a uma destas reuniões e, após terem falado do Evangelho, os responsáveis convidaram os que não eram verdadeiramente cristãos a dar um passo pessoal para aceitar Jesus. Fi-lo nesse dia, pedindo a Deus que mudasse a minha vida. “Devorava” a Palavra de Deus, a Bíblia, de manhã, à tarde, à noite e em todos os tempos livres. Pela leitura da Bíblia e com a ajuda do Edson, as coisas começaram a mudar em todas as áreas da minha vida.
Quando disse aos meus parentes que me tinha convertido a Jesus, eles foram muito reticentes mas não me impediram de ir à igreja. Uma semana após a minha conversão, o Senhor libertou-me da influência do álcool.
Aos 17 anos, juntei-me de novo à equipa profissional do meu clube, o XV de Jau. Deus abençoava-me na vida quotidiana e também na minha vida profissional. No ano seguinte (1994), fui transferido para o São Paulo FC, uma mais das maiores equipas do Brasil o que era um sonho que se realizava para mim e para a minha família. Mas era necessário trabalhar no duro porque, a qualquer momento, podia ser devolvido ao meu clube de origem. Viver numa metrópole tão grande como São Paulo foi particularmente difícil para mim que já era já titular na equipa júnior do São Paulo mas tudo me corria bem. Acabei por esquecer que tinha sido Deus que me tinha colocado ali e, durante vários meses, não fui à igreja. Voltei a fazer as coisas que fazia antes de me tornar cristão e recaí no álcool. Mas Deus não me abandonou durante esse período e falava comigo sempre que eu me desviava e me afastava Daquele que tinha transformado a minha vida.
No São Paulo FC, os jogadores cristãos convidavam-me a ir com eles à igreja mas, sempre arranjava uma desculpa. Um dia, o pastor que se ocupava destes jogadores cristãos veio ao meu quarto e convidou-me a ir à igreja. Respondi-lhe que estava exausto mas ele insistiu e acabei por ir com ele e, partir daquele dia, voltei para Jesus e para a sua Igreja. No espaço de um ano e meio, ganhei vários títulos com a equipa de juniores e fiz parte da selecção brasileira de juniores. O Senhor colocou-me na equipa profissional do São Paulo FC, que me fez assinar um contrato definitivo.
Estou grato ao Senhor porque me libertou da influência do pecado e me tornou o seu Filho, o que é o meu maior título. Sou uma pessoa feliz, não somente devido ao meu sucesso profissional mas sobretudo devido à bondade que Deus manifestou para comigo. Actualmente, todos os membros da minha família (excepto o meu pai) se tornaram cristãos. Sou casado com uma mulher excepcional, que cada dia enriquece a minha vida. Hoje, não somente sou um jogador profissional, mas também uma pessoa que fala do amor de Deus por toda a parte. Creio que se estou num país, não é apenas devido à minha profissão, mas é para proclamar o Evangelho. Não falo de uma religião, mas de um Deus que criou o Céu e a Terra e que tem um plano para a tua vida. Da mesma maneira que trabalhou na minha vida, pode trabalhar na tua e colocar-te onde Ele quiser!
Competiu em todos os ralis importantes no planeta e ainda hoje é um dos atletas mais medalhados do desporto automóvel internacional.
Nascido na Finlândia, Ari Vatanen descobriu desde muito jovem a paixão pelo desporto automóvel. Apesar de um começo difícil, ele foi revelação num rali na Grã-Bretanha em 1975. Em 1985, na Argentina foi vítima de um dos acidentes mais sérios da história dos ralis e permaneceu em recuperação durante 18 meses. Até 1990, ele foi piloto da Peugeot, depois da Citroën, Subaru e ainda da Mitsubishi. O Ari continua a ser uma das figuras mais premiadas e mais respeitadas da sua área desportiva.
"O meu pai comprou um carro em 1960 e teve um acidente alguns meses depois. A família inteira sobreviveu mas ele morreu. Eu tinha pouco mais de 8 anos. Quatro anos depois, a minha mãe comprou um carro e eu experimentei-o numa pequena estrada perto da nossa casa para ver se conseguia controlar curvas apertadas e derrapagens. Nesse mesmo verão, um rali passou pela nossa aldeia e eu sentei-me ao lado da estrada quatro horas antes para não perder nada.
Um dos momentos altos da minha carreira foi a minha vitória no Rali de Monte Carlo apesar de uma penalização de 8 minutos. Cada um de nós experimenta sucessos e derrotas, mas é nos momentos difíceis que aprendemos as lições mais importantes. Na hora podemos nos revoltar, fazer perguntas, mas eventualmente, por vezes ao fim de alguns anos, tudo fica claro e percebemos que Deus tem o controlo. Embora não sejamos capazes de explicar tudo, compreendemos que tudo contribui para o nosso bem.
O acidente em 1985 e os 18 meses de paragem foram muito duros. Quando comecei a recuperar, cai numa depressão séria. Mas creio que saí disto como uma pessoa melhor, menos crítico, mais tolerante e com uma perspectiva mais abrangente das coisas.
O meu pai comunicou-me uma mente livre e aberta na vida cristã. O essencial não é as nossas emoções ou o formalismo, mas sim aquilo que aconteceu há dois mil anos no Calvário: é necessário confiar na morte e na ressurreição de Jesus. Isto é válido seja qual for a nossa tradição ou experiência.
A coisa mais incrível no Cristianismo é que Deus nos aceita tal como somos, como seres únicos. Só Jesus é Santo. Apesar do facto de que nenhum de nós é santo e de que todos caímos, podemos voltar-nos para Deus e dizer-lhe:
"Senhor, perdoa-me! Toma-me como estou” e ele faz isso seja o que for que tenhamos feito antes. Precisamos constantemente da Sua misericórdia.
Paulo diz na sua carta aos Romanos 3.23-24: “Todos pecaram e perderam o acesso à gloriosa presença de Deus, e são declarados justos pela Sua graça; é uma dádiva que Deus lhes dá por meio da libertação alcançada por Jesus Cristo”. ”É minha vida que deve falar da minha fé. Se eu conhecer a presença de Deus no meio das tempestades da vida, as minhas palavras serão credíveis.”
"Deixo-vos a paz; a MINHA paz vos dou. Não a dou como o mundo a dá. Por isso não fiquem perturbados e não tenham receio no vosso coração." João 14.27.
Jonathan Edwards explica-nos que deve todos os seus recordes à sua fé e à sua relação com Deus.
Ao tornar-se campeão do mundo do Triplo Salto em 1995 em Göteborg, Jonathan Edwards estabeleceu um novo recorde do mundo duas vezes seguidas. Jogos Olímpicos de Atlanta 1996: medalha de prata. Jogos Olímpicos Sydney 2000: medalha de ouro. No início do ano 1995, Jonathan Edwards é já um atleta de classe internacional. Ganhou a taça do Mundo em triplo salto, a medalha de prata nos Jogos da Commonwealth e a medalha de bronze nos campeonatos do Mundo. Mas todas estas proezas se eclipsam diante das que realizou, mais tarde, nesse mesmo ano: 14 vitórias em 14 competições, medalha de ouro nos Campeonatos do Mundo, cinco vezes novo recorde da Grã-Bretanha, três vezes novo recorde do mundo. Para coroar o conjunto, acumula prémios sobre prémios: Atleta Internacional do ano do IAAF (Federação Internacional Atletismo Amador), personalidade desportiva do ano na BBC.
O Jonathan Edwards ainda tem dificuldade em explicar o que se passou em 1995, o ano da sua explosão a nível mundial. “Corria mais rapidamente, estava mais forte fisicamente e melhorei a minha técnica, mas isso não é suficiente para explicar o que se passou. É claro que não fazia nenhuma ideia do meu potencial. Foi uma grande surpresa para mim. Quando olho para trás, ainda fico deslumbrado”. A fé cristã faz parte integrante da vida de Jonathan desde a sua infância. “Fui criado numa família cristã. Vendo a realidade da presença de Deus na vida do meu pai e a minha mãe, houve uma progressão natural em mim”. No momento em que tive que sair do lar, tomei uma posição pessoal e comecei a crescer espiritualmente.
Sei que nem sempre fui cristão mas não posso recordar-me de um momento em que não tenha conhecido Deus. Sempre esteve presente em mim.
De facto, a minha relação com Jesus, com Deus, é fundamental em tudo o que faço. Explicaram-me o Evangelho e, desde então, comprometi-me a servir a Deus na minha vida. Em tudo isto, a Bíblia desempenha um papel muito importante, porque para mim é a Palavra de Deus… para todos nós alias… E mostra-me quais devem ser as minhas atitudes, as minhas acções e toda a minha maneira de viver.
Procuro glorificar Deus em cada aspecto da minha vida, incluindo o triplo salto que é o meu trabalho. Não é tanto a distância que salto que glorifica Deus mas as minhas atitudes, na vitória assim como na derrota, bem como as minhas atitudes para com os outros concorrentes que são mais importantes do que as distâncias em si.
A Bíblia desempenha um papel importante na vida do Jonathan: “É a maneira principal pela qual Deus me fala. É ela que me dá as directivas para as minhas atitudes diárias. Guia-me também nas grandes decisões que devo tomar. E isso é fundamental!”
1) "Agora, permanecem a fé, a esperança e o amor. Porém o maior desses é o amor." (I Corintios 13:13) 2) “E os dois tornar-se-ão apenas um…”3) “… O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta…” (I Coríntios 13:7)4) "Eu lhes darei um só coração e um só caminho, para que me temam para sempre, para o seu bem e de seus filhos" (Jeremias 32:39) 5) “As muitas águas não poderiam apagar esse amor,nem os rios, afogá-lo…”(Cantares 8:7)6) “Aonde quer que tu fores, irei eu, e onde quer que pousares á noite,ali pousarei eu.o teu povo será o meu povo ,o teu Deus o meu Deus….”(Rute 1:16)7) “Dê-me a tua mão e não me importarei com a distância a ser percorrida,seguiremos juntos até onde existir vida”8 ) “Completai a minha alegria de modo que ,penseis a mesma coisa ,tenhais o mesmo amor ,sejais unidos de alma,tendo o mesmo sentimento…” (Filipenses 2:2)9) “ O homem não nasceu para viver só.Obrigado Senhor por nos conceder essa graça”10) “O amor não consiste em duas pessoas olharem uma para a outra, mas sim, olharem na mesma direção”11) “Deus permanece em nós, e o seu amor em nós é aperfeiçoado”.12) “Por isso deixará o homem, pai e mãe, e se juntará a sua mulher, se tornando os dois uma só carne”.13) “Vocês nos verão: solteiros pela ultima vez, casados pela primeira vez, e felizes para sempre”.14) “é bom quando nossa vontade se aproxima da vontade de Deus, melhor quando à vontade de Deus se une com a nossa”.15) “Foi assim que fez isto,e é maravilhoso aos nossos olhos…”. (Salmos 118:23)16) “Assim não são mais dois ,mas uma só carne .Portanto o que Deus uniu ,não separe o homem…”.(Marcos 10:9)17) “Melhor é serem dói do que um,porque tem melhor paga do seu trabalho .Porque se caírem ,um levanta o companheiro.Ai porém ,do que estiver só,pois, caindo,não haverá quem o levante…”. (Eclesiastes 4:9-10)18) “Eu sei que tudo que Deus faz durará eternamente”. (Eclesiastes 3:14)19) “E ainda que tivesse o dom da profecia e conhecesse todos os mistérios e toda ciência, e ainda que tivesse toda fé, de tal maneira que transportasse montes, e não tivesse amor, nada seria…”. (I Coríntios 13:2)20) “Depois de andarmos por diversos e diferentes caminhos,nos encontramos. Envolvidos por um verdadeiro amor,decidimos viver um para o outro e ambos para Deus.”21) “Senhor, quando levantares a mão para nos unir, abençoa-nos para que somente Tu possas nos separar”.22) “Para que todos vejam ,e saibam, e considerem ,e juntamente entendam ,que a mão do Senhor fez isso…”.23) “Essa é a maior responsabilidade de nossa vida, é a prova evidente que duas mãos não se encontram por acaso”.24) “O maior gesto de amor não está nas mãos que se enlaçam, nem nos lábios que se tocam, está nos joelhos que se dobram para uma oração lada a lado”.25) “O nossa amor é como árvore plantada junto a corrente das águas,que no devido tempo dará os seus melhores frutos, e cuja as folhagem nunca murcharão”.26) “Nem olhos viram ,nem ouvidos ouviram ,nem jamais chegou ao entendimento humano ,o que Deus tem preparado para aqueles que o amam”. ( I Coríntios 2:7-9) "E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus" (Romanos 8:28)